domingo, 29 de maio de 2011

Você gosta de pimenta?

Muitas pessoas experimentam uma sensação de prazer ou contentamento após ingerir uma comida picante; essa sensação se deve a endorfinas, neurotransmissor resposável pela sensação de bem estar, liberadas pelo cérebro em resposta à dor.
Esse fenômeno pode explicar porque algumas pessoas gosta tanto de comidas apimentadas. Quanto mais forte a pimenta, maior a dor, e, em consequência, maiores os traços de endorfina produzidos e maior o prazer final.
A sensação de dor que se tem ao comer pimenta, é devida a piperina, molécula presente na pimenta-do-reino, e a capsaicina, molécula presente nas pimentas tipo chili; que se encaixam em uma proteína das terminações nervosas da boca.









Entretanto, outras especiarias também têm moléculas semelhantes, capazes de se encaixar na referida proteína, tais como o gengibre (zingerona), cravo-da-índia (eugenol) e a noz-moscada (isoeugenol).










Durante o fim da idade média e o começo da época das grandes navegações, o comercio de especirias era fator central na economia e geografia mundial. Esse grande fascínio se deve ao fato de que as especiaria quando misturadas aos alimentos disfarçam o mau gosto e o mau cheiro, decorrentes da concervação de alimentos em épocas pré-geladeira.
Graças à grande procura, empresas (como a Companhia das Índias Orientais e a Companhia das Índias Ocidentais) foram fundadas para a comercialização de especiarias; assim senso, não seria muito exagero dizer que a piperina (junto com suas demais companheiras), hoje considerada uma molécula insignificante, foi responsável pelo início da atual estrutura economica mundial.

E você, gosta de pimenta?

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Interdisciplinaridade

A partir do poema "Tecendo a Manhã" de João Cabral de Melo Neto, pode-se elaborar uma aula interdisciplinar na qual o estudo da literatura seria aplicado ao conceito de Ligação Química.
No início apresentariamos o poema e o interpretariamos junto com os alunos.

Tecendo a Manhã
Um galo sozinho não tece a manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro: de um outro galo

que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzam
os fios de sol de seus gritos de galo
para que a manhã, desde uma tela tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,

se erguendo tenda, onde entrem todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.

A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

A seguir o transportarímos para o contexto químico, da seguinte forma:

Ligação Poética
Um cátion sozinho não forma um composto;
ele sempre precisará de um ânion
que apanhe o seu elétron, completando o octeto.
Mas, esse composto não forma toda a estrutura,
para isso, outro ânion apanha o elétron de outro cátion,
e
outro ânion apanha o elétron de outro cátion.
Sucessivamente unindo as estruturas,
e formando o retículo cristalino,
Tecendo a matéria.

E se encorpando em tela, entre todos,

se erguendo tenda, onde entrem todos, no toldo
(a matéria) que plana livre de armação.

A matéria, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

E a partir disto iniciariamos a discussão sobre ligações iônicas (ou dariamos continuação a tal discução), explicando (ou relembrando) os termos relacionados no poema "criado".
Este trabalho foi desenvolvido por mim e por três colegegas de graduação (Camila Asahide, Fernanda Magrin e Paola da Silva) da aula Teoria e Estratégias de Aprendizagem, ministrada pela professora Núria Pons Villardel Camas; na Univesidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).